
Causas
As informações destinadas a pacientes e seus familiares foram traduzidas do site www.neurosymptoms.org por Bruna Bartorelli mediante autorização de seu organizador, Professor Jon Stone, neurologista especialista em transtornos neurológicos funcionais da Universidade de Edimburgo, Escócia.
Porquê que isto aconteceu?
Quais são as razões que levam a alterações na função do sistema nervoso descritas na página “Como fiquei assim”
A resposta parece ser que há várias razões pelas quais um indivíduo se torna mais propenso ao desenvolvimento de sintomas funcionais, que podem ser divididas em:
Fatores predisponentes: aconteceram antes do início dos sintomas
Fatores precipitantes: ocorrem simultaneamente ao início dos sintomas
Fatores perpetuadores: acontecem após o início dos sintomas
Esses fatores podem ser:
Biológicos: em que, por exemplo, há uma vulnerabilidade genética para os sintomas
Psicológicos: por exemplo, quando a pessoa se preocupa com uma cefaleia com receio de que seja um tumor cerebral, o que frequentemente favorece o agravamento da dor de cabeça
Sociais: por exemplo, situações de insatisfação com o trabalho, os colegas ou o patrão, que tendem a perpetuar sentimentos de frustração
Isso é chamado de “modelo biopsicossocial de doença”. Não se aplica apenas a sintomas funcionais. Uma doença possui dimensão social e psicológica. Alguém com esclerose múltipla que se sente mal ou tem problemas financeiros tende a se sentir pior do que outro paciente com a mesma doença que não se sinta infeliz ou não esteja sujeita a outros fatores de estresse.
Os modelos que temos que mostram como os sintomas funcionais surgem estão incompletos. Muitos desses fatores tendem a ser relevantes para diversos outros sintomas.
Muitas vezes é pouco claro o porquê de alguém com certos fatores de vulnerabilidade desenvolver déficit motor funcional de um lado do corpo ou começar a notar um tremor.
Algumas explicações sobre o motivo desses sintomas surgirem são discutidas nas páginas de sintomas respectivas deste site.
É especialmente importante definir que:
O PACIENTE NÃO PRECISA SE SENTIR ESTRESSADO, DEPRIMIDO OU ANSIOSO PARA DESENVOLVER SINTOMAS FUNCIONAIS.
UMA INFÂNCIA PROBLEMÁTICA OU SITUAÇÃO SOCIAL ADVERSA NÃO É CONDIÇÃO NECSSÁRIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE SINTOMAS FUNCIONAIS.
A tabela abaixo mostra alguns fatores que podem ser relevantes para o desenvolvimento de sintomas funcionais. Esses fatores e a sua importância relativa variam muito de pessoa para pessoa.
Há muitas pessoas nas quais esses fatores podem ser relevantes no estabelecimento de vulnerabilidade, mas para outras pessoas não.. É um equívoco achar que todos esses fatores discutidos têm necessariamente de estar presentes em quem apresenta transtorno funcional.
Se no passado você viveu uma experiência menos positiva na sua vida, pode sentir que a situação é irreversível, tendo em conta que “o mal já foi feito”. Este não é o caso. Assim, o tratamento em geral é focado nos fatores perpetuadores do transtorno.
Sugerimos a consulta da tabela acima para que se possa analisar possíveis fatores de risco pessoais e se existe alguma intervenção que pode ser feita nesse campo.
Para ler mais sobre casos individuais, clique aqui.