Transtorno de Sintomas Somáticos

O que é o Transtorno de Sintomas Somáticos?

 

O Transtorno de Sintomas Somáticos (TSS) caracteriza-se pela presença de um ou mais sintomas, podendo a dor ser um deles, que causam sofrimento significativo e comprometimento da vida diária. 

Pode ou não haver uma doença de base que explique o quadro, porém a intensidade dos sintomas e a interferência na funcionalidade são marcantes e além do esperado. Muitas vezes, os exames são normais e, por manterem queixas importantes, os pacientes são submetidos a exames e procedimentos cada vez mais invasivos a fim de tentar achar uma  explicação. 

Tratar e conviver com TSS é um desafio constante que exige perseverança e empatia. É sempre importante  lembrar que o sofrimento é genuíno e que o paciente não tem  controle de seus sintomas. Mesmo não havendo substrato orgânico identificado, pacientes de fato sentem tudo aquilo que referem.

Conteúdo extraído do DSM-5

Critérios para Diagnósticos do Transtorno de Sintomas Somáticos

 

Perturbação

Um ou mais sintomas somáticos que causam aflição ou resultam em perturbação significativa da vida diária.

Preocupação

Pensamentos, sentimentos ou comportamentos excessivos relacionados aos sintomas somáticos ou associados a preocupações com a saúde.

Persistência

Embora algum dos sintomas somáticos possa não estar continuamente presente, a condição de estar sintomático é persistente (em geral mais de seis meses).

 

Conteúdo extraído do DSM-5

Tipos de pensamentos, sentimentos ou
comportamentos excessivos

Pensamentos desproporcionais e persistentes acerca da gravidade dos próprios sintomas.

Nível de ansiedade persistentemente elevado acerca da saúde e dos sintomas. 

Tempo e energia excessivos dedicados a esses sintomas ou a preocupações a respeito da saúde.

Subtipos do Transtorno de Sintoma Somáticos

  • Com dor predominante (anteriormente transtorno doloroso): Este especificador é para indivíduos cujos sintomas somáticos envolvem predominantemente dor.

  • Persistente: Um curso persistente é caracterizado por sintomas graves, prejuízo marcante e longa duração (mais de seis meses).

  • Leve: Apenas um dos sintomas especificados no Critério B é satisfeito.

  • Moderada: Dois ou mais sintomas especificados no Critério B são satisfeitos.

  • Grave: Dois ou mais sintomas especificados no Critério B são satisfeitos, além da presença de múltiplas queixas somáticas (ou um sintoma somático muito grave).

As queixas mais comuns do Transtorno de Sintomas Somáticos

O quadro clínico compreende múltiplas queixas ou uma queixa única, sendo a dor um sintoma frequente. Os sintomas não são coerentes e não podem ser atribuídos a uma síndrome conhecida.

Queixas comuns:

Gastrointestinais, zumbido, tontura,  dores, cansaço extremo, mal-estar, falta de ar, insônia entre outros.

Quando há uma causa orgânica, a intensidade dos sintomas e o comprometimento das atividades diárias são além do observado na maioria dos casos.

 

Muitos pacientes desenvolvem  alternância das queixas, sendo que sintomas desaparecem sem explicação para dar lugar a novas apresentações clínicas. 

Podem ocorrer também sintomas conversivos e dissociativos concomitantes como paralisias, formigamentos e perda da orientação espacial.

Outra característica marcante do quadro clínico  é a falta de insight, ou seja, geralmente o paciente não faz qualquer associação entre os conflitos psíquicos e sintomas físicos  e qualquer tentativa do médico em fazê-lo costuma ser mal recebida. A resposta aos tratamentos propostos é pobre e existe  grande susceptibilidade a efeitos colaterais.

Conteúdo extraído do DSM-5

Apresentação clínica do Transtorno de Sintomas Somáticos

  • Queixas físicas como principal sintoma

  • Sintomas não são intencionais

  • Quadro não pode ser totalmente explicado por doença orgânica ou psiquiátrica

  • Fatores psicológicos estão envolvidos no aparecimento ou piora dos sintomas

  • Preocupação com sintomas causa angústia constante 

  • Busca incessante por atendimento médico

  • Passagem por diversas clínicas

  • Falta de insight

  • História médica imprecisa ou complicada.  

  • Presença de acompanhante/cuidador

  • Inúmeras queixas sem conexão. 

  • Exames sem alterações.

  • Falta de resposta aos tratamentos.

  • Efeitos colaterais incomuns.

  • Personalidades dramáticas, sedutoras e manipuladoras.

  • História familiar de transtorno de personalidade.

  • Abuso sexual e maus tratos durante infância.

  • Depressão atípica e abuso de substâncias.