Tratamentos

 As informações destinadas a pacientes e seus familiares foram traduzidas do site www.neurosymptoms.org por Bruna Bartorelli mediante autorização de seu organizador, Professor Jon Stone, neurologista especialista em transtornos neurológicos funcionais da Universidade de Edimburgo, Escócia.

Medicação

Uma das coisas que o seu médico pode ter sugerido é algum tipo de medicação para tentar resolver os seus sintomas.

Os tipos mais comuns de medicamentos utilizados são:

1. Antidepressivos – existem alguns tipos mais antigos, chamados tricíclicos (incluindo amitriptilina, imipramina, trazodona), e outros mais recentes, chamados ISRSs ou SSRIs (incluindo a fluoxetina, sertralina, citalopram, duloxetina, venlafaxina, mirtazapina e paroxetina)

2. Analgésicos “neuropáticos”, como a amitriptilina, duloxetina, carbamazepina, gabapentina ou pregabalina

Por favor, observe que os benzodiazepínicos, como diazepam, lorazepam ou nitrazepam, e os opióides, como morfina, tramadol, oxicodona, oxicodona etc., não estão nessa lista.

A medicação raramente corrige os sintomas por si só, mas pode ajudar a diminuí-los, melhorar a dor, o humor e a fadiga, bem como reduzir o seu nível de preocupação.

As pessoas melhoram dos sintomas funcionais sem medicação e ninguém deve se sentir forçado a tomar comprimidos, mas eles às vezes podem ser úteis. Ninguém gosta de tomar comprimidos regularmente, mas se os seus sintomas passarem a ser muito incapacitantes, , talvez seja uma possibilidade.

Por favor, note: é extremamente importante que você consulte o seu médico antes de iniciar ou parar qualquer medicamento. Nenhum medicamento específico é indicado neste site.

Mas eu não quero tomar antidepressivos – não estou deprimido!

Uma revisão de todos os estudos em pessoas com diversos tipos de sintomas funcionais (e não especificamente os neurológicos funcionais, como transtornos do movimento ou ataques dissociativos) que tomaram medicação antidepressiva concluiu que elas tinham três vezes mais probabilidade de conseguir melhores resultados comparativamente àquelas que não tomavam.

O interessante é verificar que isso acontecia independentemente dos pacientes estarem ou não deprimidos.

“Antidepressivos” podem também ter um efeito positivo no tratamento da ansiedade em pessoas que não estão deprimidas, portanto chamá-los de antidepressivos nessa situação não é o mais correto.

Os antidepressivos mais antigos, como a amitriptilina, existem há décadas. Embora tenham sido desenvolvidos para tratar a depressão, os médicos perceberam que podem ser muito úteis no tratamento da dor, problemas de sono e outros sintomas, como a bexiga irritável, independentemente de a pessoa se sentir deprimida.

Por exemplo, na dor ciática, a amitriptilina pode ser o fármaco mais eficaz para diminuir a dor do nervo (também chamada “dor neuropática”).

Mas os antidepressivos não causam dependência?

Uma das principais e compreensíveis preocupações dos pacientes é que o comprimido antidepressivo cause dependência. Muitas vezes, isso ocorre porque os pacientes confundem ansiolíticos, como valium (diazepam), e outros comprimidos para dormir com antidepressivos.

Não há evidência de que os antidepressivos causem dependência a ponto de a pessoa querer medicação ou precisar de uma dose maior para obter o mesmo efeito.

Com alguns dos antidepressivos mais recentes, raramente haverá sintomas quando o comprimido for interrompido/esquecido. Se isso acontecer, esses sintomas de descontinuação geralmente chegam ao fim numa semana ou mais. Alguns pacientes referem sintomas de longa duração desencadeados por essa síndrome de abstinência ou pela própria medicação.

É essencial uma conversa com seu profissional de saúde sobre os riscos e benefícios da medicação no seu caso individual.

Alguns dos outros comprimidos que podem causar dependência incluem comprimidos de codeína e benzodiazepínicos, como diazepam, alprazolam e lorazepam.

Mas uma vez eu tomei amitriptilina e parecia um zumbi!

Por vezes, os pacientes com sintomas funcionais têm uma experiência mais negativa. Isso pode ser porque a dose inicial era muito elevada ou porque não receberam uma explicação adequada sobre o que esperar do fármaco.

A natureza dos sintomas funcionais geralmente contribui para que os pacientes que tomam antidepressivos para esses sintomas apresentem mais efeitos colaterais do que o normal, principalmente no início.

É razoável esperar alguns efeitos colaterais durante a primeira ou segunda semana, que podem incluir sonolência, náusea e ocasionalmente (dependendo do fármaco) algum grau de agitação. Depois disso, os efeitos colaterais costumam desaparecer. Os benefícios do comprimido podem ser sentidos rapidamente, mas podem ser necessárias entre seis e oito semanas para efeito máximo.

Eu estou tomando os comprimidos, mas eles não estão fazendo efeito

Isso pode ser devido a uma dose muito baixa, ou porque ainda não se passou tempo suficiente, ou porque eles não são os mais indicados para os seus sintomas. É difícil julgar o benefício de um antidepressivo antes das 12 semanas de tratamento.

Vale lembrar mais uma vez que nem todos os pacientes se beneficiam da medicação.

As pessoas melhoram dos sintomas funcionais sem medicação e ninguém deve se sentir forçado a tomar comprimidos, no entanto eles às vezes podem ser úteis…